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sábado, 24 de setembro de 2011

O RISCO QUE CORREM OS PROFESSORES




Já escrevi em outras oportunidades que, na política, a decisão sobre o tempo de agir é tão importante quanto a própria ação. Os professores da rede estadual, com a decisão de ontem, superestimaram o poder de fogo da greve que conduzem. Podem ter transformado uma vitória política parcial numa derrota completa – isso o tempo dirá. O fato concreto é que o movimento está sem comando. O sindicato da categoria já não conduz – é conduzido, ao invés disso. O fato tem suas vantagens, pela maior legitimidade das bases. Mas tem a desvantagem de inviabilizar qualquer estratégia. A interlocução e a negociação se tornam quase impossíveis.



A força de uma greve está diretamente atrelada ao tamanho do estrago que é capaz de causar. E, lamentavelmente, a paralisação de nenhuma categoria é tão tolerada quanto a dos professores. Setor algum para por tanto tempo, sem que ninguém se alarme. Demonstração do quanto de retórica há nos discursos que colocam a educação como prioridade máxima. A se considerar a quase indiferença dispensada a greves que duram meses a fio, parece que a educação é a coisa menos relevante do mundo.


Quando são os bancos, os correios, os policiais, os fazendários ou os lixeiros que interrompem as atividades, há urgência incomparavelmente maior em encerrar o movimento. Isso da parte tanto do governo, quanto da sociedade em geral. Fica a impressão de que ter lixo nas ruas é mais grave que manter crianças fora da escola.



É triste, mas a realidade objetiva é que os governos pouco se importam ou se comovem com o fato de as paralisações dos docentes se prolongarem indefinidamente. Dessa forma, o tempo joga muito mais contra a categoria – pressionada pela Justiça e pela crescente desmobilização – que contra o governo. É pena que assim seja, mas é fato.



Érico Firmo
ericofirmo@opovo.com.br

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